Eu não sei bem quando começou… Talvez tenha sido no terceiro mês sem conseguir dormir direito, ou na quarta vez em que minha irmã desligou o telefone quando tentei desabafar. Mas eu lembro exatamente da sensação: era como gritar dentro de um quarto à prova de som. E quanto mais eu cuidava da minha mãe, mais invisível eu me tornava para o resto do mundo.
Meu nome é Carla, e há quatro anos sou cuidadora da minha mãe, que foi diagnosticada com Alzheimer. Nesse tempo, eu me tornei enfermeira, nutricionista, fisioterapeuta, psicóloga — tudo sem diploma. Só que, no meio de tantas funções, acabei deixando de ser o que eu era: filha, mulher, amiga… pessoa.
E o que mais me doeu não foi o cansaço físico. Foi perceber que, mesmo rodeada de familiares, eu estava sozinha. Ninguém queria ouvir o que eu tinha pra dizer. E quando falava, parecia que eu era exagerada, dramática, ou que estava reclamando à toa. Às vezes, eu só queria ser escutada. Só isso.
Se você está lendo esse texto e se reconhece nessa solidão silenciosa, quero que saiba: você não está sozinha.
Este artigo não é escrito por uma especialista distante, mas por alguém que vive isso todos os dias e que decidiu transformar sua dor em palavras, na esperança de tocar corações como o seu.
Você sente que ninguém te escuta? Este artigo é para você.
Vamos conversar, de cuidadora para cuidadora. Sem julgamento. Só escuta e acolhimento.
O silêncio por trás do cuidado
A casa está cheia. Tem gente entrando e saindo o tempo todo: enfermeira, sobrinho, vizinha que veio trazer um bolo, minha irmã que aparece vez ou outra com a desculpa de “ver como estão as coisas”. Mas, mesmo assim, o que mais ecoa dentro de mim é o silêncio.
Não o silêncio das vozes, mas o silêncio da escuta.
O tipo de silêncio que acontece quando você fala e ninguém realmente presta atenção.
Quando você explica que está exausta e ouve um “ah, mas todo mundo está cansado”.
Quando diz que precisa de ajuda e a resposta é: “você dá conta, você é forte”.
É uma solidão que não é física, é emocional.
É sentir que a dor do outro (no meu caso, da minha mãe) é reconhecida, mas a sua… não. Como se eu tivesse perdido o direito de sofrer, de falhar, de pedir colo. Porque “você escolheu cuidar, então agora aguente”.
A gente se torna invisível.
Aos poucos, percebi que minha família passou a enxergar só a função que eu exerço, não mais a pessoa que eu sou.
E quando isso acontece, dói. Dói porque você começa a duvidar de si mesma. Será que estou exagerando? Será que estou sendo egoísta por querer ser vista?
Segundo a ABRAz – Associação Brasileira de Alzheimer, mais de 80% dos cuidadores informais no Brasil são familiares diretos, principalmente mulheres. E muitos deles relatam sintomas de estresse, ansiedade e depressão relacionados à sobrecarga e à falta de apoio emocional.
Ou seja: o que você sente não é invenção da sua cabeça. É uma realidade vivida em silêncio por milhares de pessoas.
Mas eu acredito que quando a gente coloca esse silêncio em palavras, ele começa a perder a força.
Por isso, estou aqui para escrever o que talvez você ainda não conseguiu dizer em voz alta.
Você importa. Você merece ser escutada. E existe um caminho, mesmo que aos poucos, pra sair desse silêncio.
As consequências emocionais da solidão
Eu comecei a perceber que algo não estava bem quando, mesmo nos dias mais tranquilos, meu peito pesava.
Era como se uma nuvem estivesse constantemente pairando sobre mim, mesmo quando o sol entrava pela janela da sala.
Acordava no automático, fazia tudo que precisava ser feito: dava o banho na minha mãe, preparava as refeições, conferia os horários dos remédios, organizava a casa. No fim do dia, me deitava exausta… mas não conseguia dormir. A cabeça não parava.
Ansiedade, disseram os médicos depois. Mas, no fundo, eu já sabia.
Só que a ansiedade não veio sozinha. Logo ela trouxe com ela a culpa. Culpa por estar cansada. Culpa por chorar escondida no banheiro. Culpa por, às vezes, pensar: “Eu só queria minha vida de volta.”
E então vem o pior: o autojulgamento.
Aquela voz interna que diz:
“Você não tem direito de reclamar.”
“Tem gente em situações piores.”
“Você precisa aguentar, porque é sua mãe.”
Esses pensamentos foram me corroendo. Me afastei das amigas, parei de fazer as coisas que gostava, esqueci até do que me fazia bem.
Eu olhava no espelho e via alguém que eu mal reconhecia. Não era mais a Carla que gostava de dançar no sábado, de rir alto à toa, de sair para tomar um café sozinha.
Era só a cuidadora.
E o mais assustador é isso: quando a solidão emocional se instala, ela vai roubando quem você é, pouco a pouco.
É aí que muitos cuidadores desenvolvem depressão. Mas isso nem sempre é visível. Às vezes, a depressão vem disfarçada de silêncio, de irritação constante, de falta de energia para coisas simples.
A ABRAz alerta que os cuidadores estão entre os grupos mais vulneráveis ao adoecimento emocional — especialmente aqueles que não têm rede de apoio ou espaço para expressar seus sentimentos.
E sabe o que mais me doeu entender? Que não basta ter gente por perto.
O que cura a solidão não é a presença física, é o acolhimento emocional.
Por isso, escrever este artigo é minha forma de resistência. É o meu jeito de gritar com palavras mansas — que nós, cuidadores, também precisamos de cuidado. Que não dá pra oferecer o melhor de nós ao outro, se estamos despedaçados por dentro.
Se você se sente assim, por favor, continue comigo. Ainda temos mais a conversar. E eu prometo: existe luz no fim desse túnel.
Por que as pessoas não escutam?
Durante muito tempo, eu me perguntei: por que ninguém me escuta?
Por que quando eu digo que estou cansada, me respondem com frases feitas?
Por que, mesmo vendo tudo o que faço, ainda ouço: “mas é sua obrigação, né?”
Demorei para entender, mas hoje vejo que o silêncio dos outros muitas vezes tem mais a ver com eles do que comigo.
A verdade é que a maioria das pessoas simplesmente não sabe o que significa cuidar, 24 horas por dia, de alguém com Alzheimer.
Elas não fazem ideia do que é perder sua liberdade, sua rotina, seus planos de futuro, e seguir em frente com um sorriso no rosto para não assustar o paciente.
Não sabem o que é lidar com a culpa por perder a paciência, ou com o medo constante de algo piorar de um dia para o outro.
Elas acham que você está “exagerando”. Porque nunca passaram por isso.
Muitos familiares, inclusive, se escondem na ignorância emocional.
Fingem que está tudo bem, evitam conversar, evitam visitar, não querem ver a realidade de perto. É como se, ao manterem distância, não precisassem lidar com a dor, nem com a responsabilidade.
Às vezes, não é por maldade, é por medo ou negação.
Mas quem sofre com isso somos nós, que estamos aqui todos os dias, sem opção de fuga.
Outro fator que pesa muito são as crenças culturais, especialmente para nós, mulheres.
Crescemos ouvindo que cuidar da família é nossa missão sagrada, nosso papel natural.
Ser boa filha, boa mãe, boa esposa e não reclamar.
E quando a gente ousa dizer “não estou dando conta”, parece que estamos falhando como pessoa.
Esse discurso da missão é cruel. Porque transforma o cuidado num dever inquestionável, e apaga a pessoa por trás da cuidadora.
Mas missão nenhuma justifica o abandono emocional.
Ser cuidadora não me faz menos humana, nem me impede de precisar de carinho, escuta e reconhecimento.
Por isso, parei de esperar que os outros me entendessem sozinhos.
Comecei a conversar, com paciência, explicando o que realmente vivo no dia a dia.
Nem todos quiseram ouvir. Mas alguns se abriram.
E cada pequena escuta que recebi foi como um respiro no meio do caos.
Se você sente que ninguém te escuta, talvez seja hora de deixar de gritar para quem não quer ouvir e começar a falar com quem realmente está disposto.
Às vezes, isso começa em um grupo de apoio, num atendimento psicológico, numa ONG como a ABRAz, ou até… num texto como este.
Você merece ser ouvida. Sua dor é legítima. E você não está sozinha.
Como começar a sair do isolamento
Durante muito tempo, eu nem sabia que o que eu sentia tinha nome.
Era um cansaço… uma vontade de sumir por uns dias… um nó na garganta que nunca se desfazia. Eu dizia “tô bem” no automático, sorria sem vontade e seguia em frente, achando que era isso mesmo. Só depois de uma conversa com uma psicóloga voluntária da ABRAz é que ouvi pela primeira vez:
O que você está sentindo é solidão emocional. E isso precisa ser acolhido.
Foi como se alguém tivesse finalmente traduzido minha alma.
E é por isso que o primeiro passo para sair do isolamento é nomear o que se sente.
Dizer em voz alta — nem que seja para si mesma:
“Eu me sinto sozinha.”
“Sinto que ninguém me escuta.”
“Estou sobrecarregada e preciso de ajuda.”
Quando damos nome à dor, ela deixa de ser um peso invisível e começa a se transformar em algo que podemos cuidar.
Mas como falar com a família sobre isso sem gerar confronto?
Como se fazer ouvir sem que a conversa vire mais um desgaste?
Aprendi (na prática e com muitos erros) que a forma como falamos é tão importante quanto o que falamos. Aqui vão algumas coisas que funcionaram para mim:
Escolher o momento certo
Evite falar no meio do caos. Espere um momento mais calmo, convide para uma conversa e explique que é algo importante. Uma frase que usei e abriu muitas portas foi:
“Queria te contar como tenho me sentido… só quero que você me escute, sem julgamento.”
Falar de si, não do outro
Evite frases como “você nunca ajuda” ou “vocês me ignoram”, porque isso ativa defesa. Tente usar a estrutura:
“Eu tenho me sentido muito sozinha ultimamente…”
“Eu estou com dificuldade de lidar com tudo sozinha…”
Ser firme, mas com empatia
É possível ser clara sem ser agressiva. Expressar os sentimentos com sinceridade, mas sem atacar.
Algo como:
“Eu entendo que cada um tem sua rotina, mas eu também estou esgotada. Eu preciso de um tempo pra mim, mesmo que seja uma horinha por semana.”
Procurar redes de apoio
Nem sempre a família vai estar pronta pra te escutar. Mas existem outras pessoas que te entendem profundamente: grupos de apoio de cuidadores (como os da ABRAz), espaços de escuta online, terapia comunitária, até comunidades em redes sociais.
A primeira vez que entrei num grupo desses e ouvi alguém dizendo “eu me sinto exatamente assim”, chorei. Mas foi um choro de alívio. Eu não era mais invisível.
Cultivar pequenos espaços de expressão
Escrever um diário, gravar áudios para si mesma, fazer uma caminhada sozinha ouvindo música… tudo isso ajuda a reconectar com quem você é fora do papel de cuidadora.
Saia do isolamento um passo por vez. Não precisa ser um grito. Pode ser um sussurro. Um pedido. Um desabafo.
Mas que seja o começo de um novo caminho.
Porque você merece ser vista, ouvida e cuidada também.
Criando redes de apoio emocionais
Eu demorei pra entender que pedir ajuda não era fraqueza.
Na verdade, foi o meu maior ato de coragem.
Porque cuidar sozinha, em silêncio, me machucava mais do que eu percebia.
Foi só quando decidi buscar apoio fora do meu círculo familiar que encontrei algo que mudou minha vida: gente que me entendia de verdade.
No início, eu achei que não tinha tempo, nem forças. “Grupo de apoio? Isso é pra quem pode parar pra respirar…” – eu pensava.
Mas um dia, no posto de saúde do bairro, uma enfermeira me falou da ABRAz — Associação Brasileira de Alzheimer e dos grupos de apoio para cuidadores. Ela me disse:
“Você não precisa carregar tudo sozinha. Vai lá, só escuta. Ninguém vai te julgar.”
Fui.
Sentei em silêncio, no fundo da sala.
Chorei ouvindo histórias que pareciam cópias da minha.
E pela primeira vez em muito tempo, eu me senti compreendida.
Esses grupos — que acontecem tanto presencialmente quanto online — são um alívio.
Você não precisa explicar desde o começo. Basta dizer “está difícil” e alguém já vai saber exatamente o que você quer dizer.
Além da ABRAz, existem também os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), que em muitas cidades oferecem atendimento psicológico gratuito ou a baixo custo.
Alguns CRAS (Centros de Referência da Assistência Social) também têm programas de acolhimento emocional para cuidadores e grupos terapêuticos. Vale a pena se informar no posto de saúde do seu bairro ou na Secretaria de Saúde da sua cidade.
E se nada disso estiver disponível onde você mora, não subestime o poder das redes informais.
Um vizinho que topa ficar meia horinha com o seu familiar para você tomar um banho tranquila.
Uma amiga que escuta seus áudios no WhatsApp.
Aquela senhora da igreja que reza com você e te dá um abraço apertado no final do culto.
Um grupo no Facebook ou no WhatsApp com outras cuidadoras que compartilham dicas, choros e vitórias.
Não espere encontrar apoio perfeito.
Às vezes, um apoio possível já é um bálsamo.
Você não precisa dar conta de tudo.
Você precisa e merece pertencer a uma rede onde possa ser cuidada também.
Não tenha vergonha de procurar, de perguntar, de bater à porta.
Às vezes, a escuta que a gente tanto precisa está mais perto do que imaginamos.
Técnicas de autorregulação emocional
Ninguém me ensinou a cuidar de mim enquanto eu cuidava da minha mãe.
Eu só aprendi quando meu corpo e minha mente começaram a gritar.
Crises de ansiedade, noites sem dormir, uma tristeza constante que eu disfarçava com sorrisos cansados.
Foi aí que descobri, quase por acidente, algumas formas de acalmar meu mundo interno mesmo quando tudo à minha volta parecia desabar. Pequenos rituais. Pequenos respiros. Pequenas práticas que me ajudaram a continuar.
Escrita terapêutica – O diário do cuidador
Comecei a escrever porque não tinha com quem desabafar.
Pegava um caderno velho e escrevia frases como:
“Hoje foi difícil. Me senti sozinha. Queria fugir por umas horas.”
No começo, parecia bobo. Mas com o tempo, o diário virou meu lugar seguro.
Ali, eu podia dizer tudo sem medo de julgamento. Era como tirar um peso do peito.
Você não precisa escrever bonito. Só precisa ser honesta.
Pode escrever todos os dias, ou só quando der. O importante é dar voz às emoções abafadas.
Respiração consciente – Uma pausa no meio do caos
A respiração virou minha âncora.
Quando meu pai gritava sem entender o que fazia, quando eu já estava no limite… eu me afastava por um minuto, fechava os olhos e fazia assim:
- Inspirava pelo nariz contando até 4,
- Segurava o ar por 2 segundos,
- E expirava devagar pela boca, contando até 6.
Esse simples exercício me devolvia o eixo.
Mindfulness não é sobre ter tempo para meditar por meia hora. É sobre estar presente no agora, mesmo que por dois minutos.
Alguns dias, só de prestar atenção no som da água caindo enquanto lavava a louça, eu sentia uma paz inesperada.
Afirmações positivas – Relembrar quem eu sou
Eu também comecei a falar comigo mesma.
Sim, em voz alta.
No espelho, no banheiro, antes de dormir. Eu dizia:
“Você está fazendo o melhor que pode.”
“Você merece cuidado também.”
“Você é forte, mesmo quando chora.”
“Você não é só cuidadora. Você é mulher, é filha, é pessoa.”
Pode parecer estranho no começo. Mas a verdade é que ninguém escuta tanto a nossa dor quanto nós mesmas. E por isso, também somos as mais indicadas para nos acolher.
Essas pequenas práticas não eliminam o peso do cuidado, mas são como um cobertor quentinho num dia frio.
Elas lembram que, mesmo quando tudo exige de você, a sua alma não precisa se apagar.
Experimente.
Comece com uma delas.
Transforme minutos de sobrevivência em momentos de reconexão.
Você continua sendo você. E merece se sentir viva , não apenas necessária.
Conclusão: Você merece ser escutado
Se você chegou até aqui, saiba que já deu um passo enorme: reconhecer que a solidão no cuidado não precisa ser silenciosa.
Lembre-se: a solidão emocional é real, e o peso de carregar tudo sozinho pode desgastar até a alma mais forte.
Mas também vimos juntos que você não está só — mesmo quando parece que ninguém te escuta.
Existem caminhos para acolher suas emoções, estratégias para se expressar com firmeza e, sobretudo, redes de apoio que podem e devem ser acessadas.
O cuidado começa com você. Com seu reconhecimento, com sua voz, com seu direito de ser ouvida e respeitada.
Você merece atenção, carinho e compreensão — do mundo, da sua família e, principalmente, de si mesma.
Se precisar de mais apoio, te convido a ler outros artigos do blog que podem ajudar, como:
Como Lidar com a Falta de Apoio Familiar ao Cuidar de Pacientes com Alzheimer
Comunicação Empática: Como Conversar com a Família Sobre as Dificuldades do Cuidado
Aqui, sua dor importa. Sua voz importa. Você importa.
Nunca esqueça: você merece ser escutado e cuidado com o mesmo amor que dedica aos outros.
Comments
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PEDIR MINHA MÃE NO SABADO 24 DE MAIO 2025 EU CUIDEI DELA POR QUASE 5 ANOS FIZ TUDO SOZINHA MAIS DEUS SABER QUE FIZ O MEU MELHOR MAS , TBEM PASSEI POR TODAS ESTAS SITUAÇÕES E NAO E NADA FACIL.
BOM DIA, EU PEDIR MINHA MÃE SABADO 24 DE MAIO 2025 CUIDEI SOZINHA SEM APOIO NENHUM. SOMENTE EU E ELA . AS DIFICULDADES ERA MUITAS MAIS EU CUIDEI COM TODAS AS MINHAS FORCAS E FRAQUEZAS. HOJE ME SINTO COM TEMPO PARA FAZER MUITAS COISAS MAIS COM UM VAZIO QUE ANTES MESMO COM TODA CORRERIA EU ESTOU SENTINDO FALTA .
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Olá, querida Sonia!
Sinto muito pela sua perda. Você foi uma filha extraordinária — forte mesmo nas fraquezas, presente mesmo na solidão. Cuidar sozinha é uma jornada imensa e muitas vezes invisível, mas o amor com que você fez isso transparece em cada palavra.
Esse vazio que você sente agora é a ausência de uma presença que marcou todos os seus dias, e é normal sentir essa falta, mesmo tendo agora mais tempo. O luto vem em ondas e tudo o que você está sentindo é válido. Permita-se sentir, chorar, lembrar e também se acolher com carinho.
Se precisar, saiba que aqui você tem um espaço onde será ouvida. Obrigada por compartilhar esse momento tão íntimo.